Neste artigo, exploramos as estratégias de aquisição de usuários (UA) no contexto do constante crescimento das Fintechs no Brasil.
O mercado de Mobile no Brasil está em seu auge. Em 2022, mais de 78% dos usuários com acesso à Internet a acessaram através de seus dispositivos móveis. Ainda, os brasileiros passam uma média de 5,4 horas por dia em aplicativos.
De acordo com o relatório elaborado pela Rocket Lab sobre o mercado móvel de 2022, foram registrados os seguintes dados:
252 milhões de brasileiros são conectados à Internet por um dispositivo móvel;
151 milhões de pessoas são usuárias de smartphones no Brasil (com mais de 10 anos);
Em 2027, espera-se que o número de usuários no segmento de pagamentos digitais chegue a 146 milhões.
Outro dado relevante é que o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) informou que o setor de Fintechs na América Latina experimentou um crescimento de 112% entre 2018 e 2021.
Tal pergunta não possui uma resposta fixa, já que há algumas ópticas possíveis para analisar tal questão.
O Banco Central, por exemplo, considera o Nubank como Fintech que detém o maior número de clientes (49 milhões), seguido pela PicPay e Mercado Pago.
Entretanto, de acordo com números informados pelas próprias empresas, o Picpay seria a maior Fintech do Brasil, com 60 milhões de usuários, seguida pelo Nubank (48 milhões) e Mercado Pago (20 milhões).
Quanto aos usuários ativos, o Nubank lidera o ranking com mais de 38 milhões, seguido pela AME Digital (16 milhões) e Pan (15 milhões).
Você sabia que maior banco digital do continente nasceu no Brasil? O Nubank, avaliado em US$ 48.000 milhões e com ações na Bolsa de Nova York, estimou 75 milhões de clientes no Brasil no primeiro trimestre, 4,4 milhões a mais do que no trimestre anterior. O Picpay, outra carteira digital do país, também relatou um bom desempenho no início desse ano que parece ser promissor: o Banco Inter, de menor porte, por exemplo, acrescentou 1,4 milhões de novos clientes no último trimestre.
A Pismo, empresa criada em 2016, é o mais recente caso de sucesso de uma empresa brasileira de tecnologia financeira, o setor que mais capta capital de risco no país e na América Latina. Ela foi adquirida pela Visa em junho passado, em uma das maiores operações da história do mercado de tecnologia local.
No Brasil, o mercado cresceu significativamente nos últimos anos. Segundo dados do Banco Central do Brasil, o número de Fintechs registradas no país tem aumentado constantemente, abrangendo uma ampla gama de serviços financeiros.
Isso ocorre em um contexto em que o Brasil aumentou seus gastos com aplicativos em 2022 em cerca de 20% em relação a 2021. Esse aumento colocou o país como o 11.º mercado de aplicativos do mundo e superou a Arábia Saudita e a Itália no Ranking mundial.
No maior país da América do Sul, no primeiro trimestre de 2023, os investimentos globais em Fintechs atingiram 28,8 bilhões de dólares através de 1.399 negócios. No segmento de pagamentos digitais, espera-se que o número de usuários chegue a 146 milhões em 2027.
Quanto às categorias operacionais das Fintechs brasileiras, existem vários campos de atuação possíveis. Segundo uma pesquisa realizada pela Distrito, 17,8% das Fintechs no Brasil atuam na categoria de Crédito, seguido por 15% das Fintechs que estão na categoria de Backoffice (softwares e serviços para gerenciar diferentes áreas da vida financeira de empresas.).
Na sequência, estão as Fintechs de Meios de Pagamento, que representam 13,2% do mercado, além daquelas que atuam na categoria de Tecnologia — provedores de tecnologia de base para outras empresas e instituições financeiras — que detém outros 12,6%.
Em 2018, o Banco Central do Brasil concedeu a liberação para que as Fintechs pudessem oferecer créditos sem a necessidade de intermediação dos bancos. Além disso, implementou regulamentações para garantir a cibersegurança e as atividades de crowdfunding.
De acordo com a ABFintechs, estima-se que as Fintechs no Brasil possam gerar receitas de até US$24 bilhões nos próximos dez anos.
Atualmente, o setor financeiro é responsável por quase 50% dos investimentos na aquisição de usuários no Brasil. As fintechs investiram quase três vezes mais do que qualquer outra vertical de negócios no país, com cerca de US$911 milhões investidos na aquisição de usuários.
Os custos do IPC (Índice de Preços ao Consumidor) nas finanças são três vezes mais altos que a média do mercado no Brasil, o que torna o mercado de aplicativos financeiros a vertical mais competitiva do país.
A estratégia de Aquisição de Usuários (UA) em Fintechs envolve vários elementos-chave descritos a seguir:
Uma das formas mais eficazes de atrair novos usuários, incluindo publicidade online, marketing de conteúdo e o uso de redes sociais. As Fintechs brasileiras adotaram essas estratégias para alcançar um público mais amplo.
Trata-se da ocasião em que as Fintechs oferecem incentivos aos usuários para que indiquem amigos e familiares. Isso não apenas aumenta a base de usuários, mas também promove a confiança na plataforma.
Isso pode aumentar a exposição da marca e atrair novos usuários interessados na combinação de serviços.
Como tendências, a indústria financeira brasileira tende a aderir cada vez mais o movimento de “fintechzação”, um conceito que, segundo a Distrito, trata-se do movimento no qual as empresas que não fazem parte do setor financeiro passam a oferecer produtos e serviços dessa natureza. Ou seja, empresas mantêm seu core business, mas incluem em seu portfólio outros serviços ou produtos relacionados ao mercado financeiro, incorporando-os à sua oferta.
É por meio desse movimento que as empresas centralizam a execução de serviços em um só lugar, reduzindo as despesas, fidelizando antigos e captando novos clientes.
A inovação por meio da tecnologia, de fato, é um processo natural e importante para qualquer setor, mas vai da estratégia de cada empresa entender a melhor forma de incorporá-la para potencializar seu negócio. Muitas empresas que passaram pelo processo de fintechização, por exemplo, utilizaram da oportunidade existente para facilitar, personalizar e tornar mais acessíveis seus serviços para uma maior gama de clientes.