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O mercado da LATAM está crescendo com novas Startups e empresas se tornando unicórnios. O ritmo de surgimento de novos unicórnios na região é impressionante. Se observarmos os números, podemos ter uma ideia de como a área está crescendo. De acordo com os dados da CB Insights, a América Latina atingiu um recorde histórico em termos de angariação de dólares de capital de risco e de captura de risco em 2021. US$14,8 bilhões em capital de risco foram injetados na região durante 2021. Isso representa um aumento de 179% em comparação a 2020. No total, em 2021, foram fechados 660 negócios - 121 a mais do que no ano anterior. Em todo o ano de 2020, as startups da região arrecadaram US$ 5,3 bilhões em 526 negócios. Estes números são impressionantes, mostrando a força da LATAM e também o potencial do mercado para novas Startups e VCs.
Mas por que isso está acontecendo?
Em 2018, o COO do Grupo Softbank, Marcelo Claure, percebeu algo bastante estranho. Seu fundo estava fazendo investimentos de bilhões de dólares na China, Índia, Sudeste Asiático, mas não havia nenhuma empresa baseada na América Latina na carteira do grupo. Naquela época, a América Latina tinha algumas empresas locais de capital de risco em estágio inicial e alguns poucos atores internacionais começando a se tornar ativos na região, mas quase não havia empresas fazendo investimentos para crescimento de startups.
Os investidores da SoftBank decidiram então visitar o Brasil e o México e ficaram realmente impressionados com a qualidade dos empreendedores desses países. A região parecia ter todos os ingredientes para ser um enorme ecossistema tecnológico. As Startups estavam cheias de empregados qualificados e eles precisavam desenvolver, na maioria das vezes, seu próprio jeito para contornar a burocracia da região e as tecnologias obsoletas. Eles também viram que as startups na América Latina tinham uma mentalidade muito agressiva tentando chegar em break even rapidamente, um comportamento muito diferente de outros mercados.
Nos mercados desenvolvidos, por exemplo, há tanta tecnologia e infraestrutura que a maioria das empresas foca desenvolvimento em um produto em uma solução incremental, em um complemento de uma solução já existente, para torná-la melhor ou mais rápida para os clientes. Na LATAM é o contrário, a maioria das startups precisa se concentrar na solução de problemas locais sem muito apoio da tecnologia da região, o que aumenta sua necessidade de inovar e também de construir uma infra-estrutura interna com novas tecnologias. Um exemplo claro disso é o pagamento em dinheiro e cheques que foram os principais métodos de transação há alguns anos na América Latina, já que a rede não era confiável e a velocidade da Internet não era suficientemente rápida. Após o surgimento das fintechs, da democratização dos telefones celulares, modernização das redes e do impulso da inovação a partir das startups, vemos que o cenário atual é completamente diferente.
Embora trabalhar em uma região menos desenvolvida em termos de tecnologia e infraestrutura possa ser um desafio, o impacto dos produtos tem um potencial muito maior. O investidor Harry Stebbings disse uma frase que ilustra muito bem todo este desafio: “A coisa incrível de investir na LATAM é que você está investindo em produtos que tornam a vida 90% melhor para 99% da população. Em grande parte nos outros mercados, você está investindo em produtos que tornam a vida 10% melhor para 5% da população".
Regiões como a América Latina têm um conjunto extenso de problemas a resolver, cada país com suas próprias limitações, o que define o cenário para a inovação. Mas uma vez encontrada a solução com um produto inteligente que se ajuste ao mercado, as capitais de risco aliadas a startups podem aumentar consideravelmente o número de empregos de um país, a riqueza e a infra-estrutura do mesmo. O retorno de investimento na LATAM é enorme para todo mundo. Os VCs são capazes de entrar num enorme mercado com milhões de clientes, as Startups podem expandir muito rapidamente e também os países que incubam as Startups lucram com a inovação e o progresso.
Não há uma maneira certa de prever quantos unicórnios teremos na LATAM este ano, mas definitivamente é um dos mercados mais promissores do momento e é apenas o começo.
